Mais de 120 mil pessoas que moram em 20 localidades da Paraíba, sendo 15 cidades e cinco distritos, enfrentam o colapso no sistema de abastecimento de água.
Segundo a Companhia de Água
e Esgotos da Paraíba (Cagepa), as áreas serão abastecidas
exclusivamente por carros-pipas. A Cagepa informou ainda que 29
localidades estão em sistema de racionamento e nove cidades em estado de
alerta, totalizando 58 localidades (incluindo cidades e distritos)
enfrentando problemas no abastecimento.
Conforme a Companhia, para as maiores cidades do Estado, João Pessoa e Campina Grande, o sistema de água está assegurado e não há previsão de rodízio ou racionamento.
A
engenheira Simone Vilar de Queiroz, subgerente de Macromedição e
Controle de Perdas da Cagepa, confirmou que em decorrência da seca que
atinge algumas regiões paraibanas e, consequentemente, do baixo nível de
água dos mananciais, atualmente 20 localidades enfrentam problema no
abastecimento de água, sendo 15 cidades.
Na
lista das cidades que enfrentam o colapso no sistema de abastecimento
estão: Triunfo, São João do Rio do Peixe, Carrapateira, Emas, Imaculada,
Riacho dos Cavalos e Nazarezinho, localizadas no Sertão; Algodão de
Jandaíra, Areial e Damião, no Agreste; Riachão, Tacima e Dona Inês, no
Curimataú; Montadas, no Brejo e; Taperoá, na região do Cariri.
Além das cidades, os distritos de Gravatá, Pindurão, Barreiros, Logradouro e Cozinha também estão sem água.
No início da semana,o gerente regional
da Cagepa, em Cajazeiras, Cleudismar Alexandre, havido informado que
devido a estiagem três cidades do Sertão (Triunfo, São João do Rio do
Peixe e Carrapateira) além do distrito de Gravatá tinham sofrido
suspensão no abastecimento de água.
A
subgerente da Cagepa explicou que o sistema de abastecimento de água em
colapso significa dizer que o sistema está temporariamente desativado
porque, devido à seca, os mananciais que atendem as localidades
encontram-se secos. “Nestes casos, o fornecimento de água está sendo
feito por carros-pipa, gerenciados pela Defesa Civil e Exército”, complementou.
Em
29 outras localidades, sendo 22 cidades e sete distritos, o
abastecimento está sendo racionado, ou seja, realizado em rodízio, o que
significa que os mananciais que atendem as localidades encontram-se com
volume de capacidade reduzido e, portanto, o fornecimento de água nas
torneiras das residências precisa ser feito de maneira racional. "O
funcionamento do rodízio é variável, depende da capacidade de
atendimento de cada sistema”, frisou a subgerente.
Moradora
do município de Arara, no Brejo paraibano, uma das cidades que sofre
com o racionamento de água, a professora Adeílza Duarte, contou que a
água só chega em sua residência de dois em 2 meses. “A maioria das casas
tem cisterna, para que a gente possa armazenar por mais tempo a água.
Quem pode pagar, compra a água que é trazida por carro-pipa, mas para
quem não pode, tem que esperar pelos carros-pipa da Prefeitura e aí a
água é distribuída para todos da mesma rua”, contou.
Além
de Arara, também enfrentam rodízio as cidades de Barra de São Miguel,
Areia, Umbuzeiro, Remígio, Esperança, Nova Palmeira, Caraúbas, Puxinanã,
Aroeiras, Gado Bravo, Cachoeira dos Índios, Pilões, Belém, Caiçara,
Logradouro, Serraria, Casserengue, Solânea, Bananeiras, Cacimba de
Dentro, Ararura e também distritos de São Miguel, Lagoa do Mato,
Cepilho, Novo Pedro Velho, Rua Nova, Cachoeirinha e Braga.
Segundo
a subgerente da Cagepa, já em alerta, estão nove municípios: Piancó,
Natuba, Gurjão, Jericó, Mato Grosso, Lagoa, Bom Sucesso, Brejo dos
Santos e São José
da Lagoa Tapada. “Os sistemas em alerta são sistemas que, pela atual
condição do manancial, estão sendo monitorados pela Cagepa e a
manutenção do abastecimento de água por parte da Companhia, assim como
os demais, depende da ocorrência de chuvas”, informou. Ela também
explicou que em João Pessoa e Campina Grande, o abastecimento de água
está assegurado.
“Não
há previsão de rodízio, nem racionamento. Os mananciais que atendem as
duas cidades estão em condição de atendimento”, acrescentou.
CAMPANHA ALERTA SOBRE USO RACIONAL DA ÁGUA
Diante
do atual quadro, por meio da campanha Água não se Joga Fora, a Cagepa
continua alertando a população para que economize água, utilizando-a de
maneira racional. A campanha, segundo a subgerente de Meio Ambiente e
Educação Sanitária da Cagepa, Joana Darc, foi lançada em outubro do ano
passado, na Praça da Bandeira, em Campina Grande, com o objetivo de
alertar a população sobre a importância de se utilizar a água de forma
racional.
“A
ideia é promover também atividades educativas em locais públicos para
mostrar às pessoas que elas podem contribuir de forma decisiva no
combate ao desperdício. Levaremos também a campanha às escolas de
Campina Grande e a outras regiões do nosso Estado”, declarou ela. A
subgerente também contou que em dezembro, as atividades de campo foram
iniciadas por Campina Grande.
“A
partir deste ano, a campanha será levada às escolas de Campina Grande e
a outras regiões do Estado, sobretudo, às mais afetadas pela estiagem
que assola o Nordeste”, destacou Joana Darc, acrescentando que o
cronograma de atividades da Campanha para 2014 encontra-se em fase de
elaboração. (Colaborou Luzia Santos)
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