Síndrome da imunodeficiência adquirida
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Síndrome da imunodeficiência adquirida (SIDA) Aviso médico | |
Classificação e recursos externos | |
A fita vermelha é um símbolo da solidariedade pelas pessoas infectadas com o HIV e por aquelas que têm de viver com SIDA. | |
CID-10 | B24. |
CID-9 | 042 |
DiseasesDB | 5938 |
MedlinePlus | 000594 |
MeSH | D000163 |
A aids hoje é considerada uma pandemia.[6] Em 2007, estimava-se que 33,2 milhões de pessoas viviam com a doença em todo o mundo e que a aids tenha matado cerca de 2,1 milhões de pessoas, incluindo 330.000 crianças.[7] Mais de três quartos dessas mortes ocorreram na África Subsaariana.[7]
A pesquisa genética indica que o HIV teve origem na África centro-ocidental durante o século XIX e início do século XX.[8][9] A aids foi reconhecida pela primeira vez pelos Centers for Disease Control and Prevention dos Estados Unidos, em 1981, e sua causa, o HIV, foi identificado no início dos anos 1980.[10]
Embora os tratamentos para a AIDS e HIV possam retardar o curso da doença, não há atualmente nenhuma cura ou vacina. O tratamento anti-retroviral reduz a mortalidade e a morbidade da infecção pelo HIV, mas estes medicamentos são caros e o acesso a medicamentos anti-retrovirais de rotina não está disponível em todos os países.[11] Devido à dificuldade em tratar a infecção pelo HIV, a prevenção da infecção é um objectivo-chave para controlar a pandemia da AIDS, com organizações de promoção da saúde do sexo seguro e programas de troca de seringas na tentativa de retardar a propagação do vírus.
Índice[esconder] |
[editar] Progressão e sintomas
A manifestação inicial do HIV, presente em 50 a 70% dos casos, é semelhante[12] a uma gripe ou mononucleose infecciosa e ocorre 2 a 4 semanas após a infecção. Pode haver febre, mal-estar, linfadenopatia (gânglios linfáticos inchados), eritemas (vermelhidão cutânea), e/ou meningite viral. Estes sintomas são geralmente ignorados, ou tratados enquanto gripe, e acabam por desaparecer, mesmo sem tratamento, após algumas semanas. Nesta fase há altas concentrações de vírus, e o portador é altamente infeccioso.[13]A segunda fase é caracterizada por baixas quantidades dos vírus, que se encontram apenas nos reservatórios dos gânglios linfáticos, infectando gradualmente mais e mais linfócitos T CD4+; e nos macrófagos. Nesta fase, que dura em média 10 anos, o portador é soropositivo, mas não desenvolveu ainda SIDA/AIDS. Ou seja, ainda não há sintomas, mas o portador pode transmitir o vírus. Os níveis de T CD4+ diminuem lentamente e ao mesmo tempo diminui a resposta imunitária contra o vírus HIV, aumentando lentamente o seu número, devido à perda da coordenação dos T CD4+ sobre os eficazes T CD8+ e linfócitos B (linfócitos produtores de anticorpo).[14]
A terceira fase, a da SIDA, inicia-se quando o número de linfócitos T CD4+ desce abaixo do nível crítico (200/mcl), o que não é suficiente para haver resposta imunitária ineficaz contra invasores. Começam a surgir cansaço, tosse, perda de peso, diarreia, inflamação dos gânglios linfáticos e suores noturnos, devidos às doenças oportunistas, como a pneumonia por Pneumocystis jiroveci, os linfomas, infecção dos olhos por citomegalovírus, demência e o sarcoma de Kaposi. Sem tratamento, ao fim de alguns meses ou anos a morte é inevitável. O uso adequado da Terapia Antiretroviral garante que o paciente sobreviva por um período mais longo, apesar de conviver com efeitos colaterais dos medicamentos.[15][16]
Excepções a este esquema são raras[17]. Os muito raros "long term non-progressors" são aqueles indivíduos que permanecem com contagens de T CD4+ superiores a 600/mcl durante longos períodos. Estes indivíduos talvez tenham uma reação imunitária mais forte e menos susceptível à erosão contínua produzida pelo vírus, mas detalhes ainda são desconhecidos.
[editar] Síndromes clínicas
As doenças oportunistas são doenças causadas por agentes, como outros vírus, bactérias e parasitas, que embora sejam comuns em nosso meio, normalmente não causam doença ou causam apenas doenças leves/moderadas, devido à resposta imunitária eficiente. No doente com SIDA/AIDS, que por definição não possuem resposta imunitária eficiente, manifestam-se como doenças potencialmente mortais:- Infecções por vírus: Citomegalovirus, Herpes simples, Epstein-Barr. [carece de fontes]
- Infecções por bactérias: Mycobacterium avium-intracelulare, outras micobactérias que normalmente não causam doenças, Mycobacterium tuberculosis, Salmonella, outras.[carece de fontes]
- Infecções por fungos: candidíase da boca e do esôfago (por Candida albicans, uma levedura); pneumonia por Pneumocystis carinii; Criptococose, Histoplasmose, Coccidiomicose.[carece de fontes]
- Infecções por parasitas: Toxoplasmose, Criptosporidiose, Isosporidiose.[carece de fontes]
- Neoplasias: cancros como linfoma e linfoma de Hodgkin, causado pelo vírus Epstein-Barr, sarcoma de Kaposi[carece de fontes]
[editar] Causa
A infecção por HIV normalmente é por secreções genitais ou sangue. Os macrófagos são muito mais frequentes que os linfócitos T4 nesses liquidos, e sobrevivem melhor, logo os virions M-trópicos são normalmente aqueles que transmitem as infecções. No entanto, como os M-trópicos não invadem os linfócitos, eles não causam a diminuição dos seus números, que define a SIDA. No entanto, os M-trópicos multiplicam-se e rapidamente surgem virions mutantes que são T-trópicos.
Os virions T-trópicos são pouco infecciosos, mas como são invasores dos linfócitos, são os que ultimamente causam a imunodeficiência. É sabido que os raros indivíduos que não expressam CCR5 por defeito genético não adquirem o vírus da HIV mesmo se repetidamente em risco.
O HIV causa danos nos linfócitos, provocando a sua lise, ou morte celular, devido à enorme quantidade de novos virions produzidos no seu interior, usando a sua maquinaria de síntese de proteínas e de DNA. Outros linfócitos produzem proteínas do vírus que expressam nas suas membranas e são destruídos pelo próprio sistema imunitário. Nos linfócitos em que o vírus não se replica mas antes se integra no genoma nuclear, a sua função é afectada, enquanto nos macrófagos produz infecção latente na maioria dos casos. Julga-se que os macrófagos sejam um reservatório do vírus nos doentes, sendo outro reservatório os gânglios linfáticos, para os quais os linfócitos infectados migram, e onde disseminam os virions por outros linfócitos aí presentes.
É irónico como a resposta imunitária ao HIV nas primeiras semanas de infecção é eficaz em destruí-lo, mas as concentrações de linfócitos nos gânglios linfáticos devido à resposta vigorosa levam a que os virions sobreviventes infectem gradualmente mais e mais linfócitos, até que a resposta imunitária seja revertida. A reacção eficaz é feita pelos linfócitos T8, que destroem todas as células infectadas. Contudo, os T8, como todo o sistema imunitário, está sob controlo de citocinas (proteínas mediadoras) produzidas, pelos T4, que são infectados. Eles diminuem em número com a progressão da doença, e a resposta inicialmente eficaz dos T8 vai sendo enfraquecida. Além disso as constantes mutações do DNA do HIV mudam a conformação das proteínas de superfície, dificultando continuamente o seu reconhecimento.
[editar] Diagnóstico
O diagnóstico de AIDS em uma pessoa infectada com o HIV é baseado na presença de certos sinais ou sintomas. Desde 5 de junho de 1981, muitas definições têm sido desenvolvidas para a vigilância epidemiológica. No entanto, o estadiamento clínico dos pacientes não era um destino para esses sistemas, pois eles não são sensíveis nem específicos. Nos países em desenvolvimento é usado o sistema de estadiamento da Organização Mundial da Saúde para infecção pelo HIV e para a doença, através de dados clínicos e de laboratório. Em países desenvolvidos, o sistema de classificação do Centers for Disease Control and Prevention (CDC) é usado.[editar] Classificação da OMS
Em 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) agrupou essas infecções e condições em conjunto através da introdução de um sistema de estadiamento para pacientes infectados com HIV-1.[18] Uma atualização ocorreu em setembro de 2005. A maioria dessas condições são infecções oportunistas que são facilmente tratáveis em pessoas saudáveis.- Estágio I: infecção pelo HIV é assintomática e não classificada como AIDS;
- Estágio II: inclui pequenas manifestações mucocutâneas e recorrentes infecções do trato respiratório superior;
- Estágio III: inclui diarréia crônica inexplicada por mais de um mês, as infecções bacterianas e a tuberculose pulmonar;
- Estágio IV: inclui a toxoplasmose cerebral, candidíase do esôfago, traqueia, brônquios e pulmões e o sarcoma de Kaposi; essas doenças são indicadores da AIDS.
[editar] Sistema de classificação do CDC
Existem duas principais definições para a AIDS, ambos produzidos pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC). A velha definição é a referência para a AIDS usando doenças que eram associados a ela, como por exemplo a linfadenopatia, a doença que os descobridores do HIV originalmente nomearam o vírus.[19][20] Em 1993, o CDC expandiu a sua definição para a AIDS incluindo todas as pessoas HIV positivas com contagens de células T CD4 + abaixo de 200 por l de sangue ou 14% do total de linfócitos.[21] A maioria dos novos casos de aids nos países desenvolvidos usam essa definição ou a definição pré-1993 do CDC. O diagnóstico de AIDS ainda está de pé, mesmo que, após o tratamento, a contagem de células CD4 + T sobe para acima de 200 por l de sangue ou outras doenças definidoras da AIDS são curados.[editar] Teste de HIV
Testes de HIV são geralmente realizados no sangue venoso. Muitos laboratórios utilizam testes de quarta geração de triagem que detectam anticorpos anti-HIV (IgG e IgM) e do antígeno p24 do HIV. A detecção de anticorpos anti-HIV ou antígeno em um paciente previamente conhecido como negativo, é evidência de infecção pelo HIV. Indivíduos cuja primeira amostra indica evidências de infecção pelo HIV terão uma repetição do teste em uma segunda amostra de sangue para confirmar os resultados.
O período de janela imunológica (tempo entre a infecção inicial eo desenvolvimento de anticorpos detectáveis contra a infecção) pode variar, uma vez que pode levar 3-6 meses para soroconversão e teste positivo. A detecção do vírus usando a reação em cadeia da polimerase (PCR) durante o período de janela é possível e as evidências sugerem que uma infecção pode ser detectada mais cedo do que quando se utiliza um teste de despistagem de quarta geração de AIA.
Os resultados positivos obtidos por PCR são confirmados por testes de anticorpos.[23] Testes de HIV rotineiramente utilizados para a infecção em recém-nascidos e lactentes (isto é, pacientes com menos de 2 anos),[24] nascidos de mães HIV-positivas, não têm valor por causa da presença de anticorpos maternos para o HIV no sangue da criança. A infecção pelo HIV só pode ser diagnosticada por PCR, o teste para HIV DNA pró-viral em linfócitos de crianças.[25]
[editar] Prevenção
Forma de exposição | Risco por 10 000 exposições a uma pessoa infectada em tratamento | |||
---|---|---|---|---|
Transfusão de sangue | 9.000[27] | |||
Nascimento | 2.500[28] | |||
Uso compartilhado de seringa | 67[29] | |||
Agulha cortante | 30[30] | |||
Penetração vaginal receptiva* | 10[31][32][33] | |||
Penetração vaginal insertiva* | 5[31][32] | |||
Penetração anal receptiva* | 50[31][32] | |||
Penetração anal insertiva* | 6.5[31][32] | |||
Penetração oral receptiva*§ | 1[32]§ | |||
Penetração oral insertiva*§ | 0.5[32]§ | |||
* assumindo o não uso de preservativo § Fonte refere-se ao relacionamento sexual praticado no homem |
[editar] Contato sexual
A maioria das infecções por HIV são adquiridas através de relações sexuais desprotegidas entre parceiros, um dos quais sendo portador do HIV. O principal modo de contaminação pelo HIV é através de contato sexual entre membros do sexo oposto.[36][37][38]Durante um ato sexual, apenas preservativos masculinos ou femininos podem reduzir o risco de infecção por HIV e outras DSTs. A melhor evidência até agora indica que o uso do preservativo reduz o risco típico de transmissão heterossexual do HIV em cerca de 80% a longo prazo, embora o benefício poderá ser maior se os preservativos forem usados corretamente em cada ocasião.[39]
O preservativo masculino de látex, se usado corretamente sem lubrificantes à base de petróleo, é a única tecnologia disponível mais eficaz para reduzir a transmissão sexual do HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis. Os fabricantes recomendam que lubrificantes à base de petróleo, como vaselina, não devem ser utilizados com preservativos de látex, porque dissolvem o material, fazendo com que o preservativo fique poroso. Se a lubrificação é desejada, os fabricantes recomendam usar lubrificantes à base de água. Os lubrificantes à base de óleo pode ser usado com preservativos de poliuretano.[40]
Os preservativos femininos são feitos geralmente de poliuretano, mas também são feitos de látex e borracha nitrílica. Eles são maiores do que os preservativos masculinos e têm uma abertura mais rígida em forma de anel com um anel interno projetado para ser introduzido na vagina mantendo o preservativo em seu lugar, inserir o preservativo feminino requer apertar o anel. Preservativos femininos foram apresentados como uma estratégia importante de prevenção do HIV.[41] Atualmente, a disponibilidade de preservativo feminino é muito baixa e o preço continua a ser proibitivo para muitas mulheres.
Estudos sobre casais com um dos parceiros infectado mostram que, com o uso consistente do preservativo, as taxas de infecção pelo HIV para o parceiro não infectado são inferiores a 1% ao ano.[42] As estratégias de prevenção são bem conhecidas nos países desenvolvidos, mas estudos epidemiológicos e comportamentais na Europa e América do Norte sugerem que uma minoria significativa de jovens continuam a exercer práticas de alto risco, apesar do conhecimento de HIV/AIDS, subestimando seu próprio corpo a se infectar com o HIV.[43][44]
Ensaios clínicos randomizados têm demonstrado que a circuncisão masculina reduz o risco de infecção por HIV entre homens heterossexuais em até 60%.[45] Espera-se que este procedimento seja promovido activamente em muitos dos países afetados pelo HIV, embora isso implicará enfrentar uma série de questões práticas e culturais. No entanto, os programas para incentivar a utilização do preservativo, nomeadamente fornecendo-lhes gratuitamente àqueles em situação de pobreza, são estimados em ser 95 vezes mais eficazes do que a circuncisão em reduzir a taxa de HIV na África sub-saariana.[46]
[editar] Contato com fluidos corporais infectados
Os trabalhadores de saúde podem reduzir a exposição ao HIV através do emprego de precauções para reduzir os riscos de exposição a sangue contaminado. Essas precauções incluem barreiras, como luvas, máscaras, proteção dos olhos e jalecos que evitar a exposição da pele ou mucosas com patógenos transmitidos pelo sangue. A lavagem frequente e cuidadosa da pele imediatamente após terem sido contaminados com sangue ou outros fluidos corporais podem reduzir a chance de infecção. Finalmente, objetos cortantes como agulhas, bisturis e vidro, têm que ser cuidadosamente eliminados para evitar ferimentos provocados por agulhas contaminadas.[47] Como o uso de drogas injetáveis é um fator importante na transmissão do HIV nos países desenvolvidos, as estratégias de redução de danos, tais como programas de troca de seringas são usados na tentativa de reduzir as infecções causadas pelo abuso de drogas.[48][49][editar] Transmissão da mãe para a criança
As recomendações atuais indicam que, quando a substituição da alimentação é aceitável, factível, acessível, sustentável e segura, as mães infectadas pelo HIV devem evitar amamentar seus bebês. No entanto, se este não for o caso, a amamentação exclusiva é recomendada durante os primeiros meses de vida e descontinuada o mais breve possível.[50] Note-se que as mulheres podem amamentar as crianças que não são suas, como as amas de leite.[editar] Tratamento
Não existe atualmente nenhuma vacina disponível para o HIV ou a cura para o HIV ou para a AIDS. Os únicos métodos conhecidos de prevenção baseiam-se evitar a exposição ao vírus ou, na falta desta, um tratamento anti-retroviral diretamente após uma exposição, chamado profilaxia pós-exposição (PEP).[51] A PEP tem um calendário muito exigente de quatro semanas de dosagem. Ela também tem efeitos secundários muito desagradáveis incluindo diarréia, mal estar, náuseas e fadiga.[52][editar] Tratamento antiviral
Fármacos usados no tratamento da infecção por HIV interferem com funções da biologia do vírus que são suficientemente diferentes de funções de células humanas:- Existem inibidores da enzima transcriptase reversa que o vírus usa para se reproduzir e que não existem nas células humanas:
- AZT, ddC, ddI, d4T, ABC (todos análogos de nucleótidos)
- nevirapina, delavirdina, efavirenz (inibidores diretos da proteína), outros.
- Inibidores da protease que cliva as proteínas do vírus após transcrição: saquinavir, indinavir, nelfinavir, amprenavir, ritonavir, atazanavir, darunavir, tipranavir e outros.
- Inibidores da enzima integrase, que faz com que o material genético do vírus entre no núcleo da célula: raltegravir.
- Inibidores do CCR5, impedindo um dos passos de ligação do HIV à célula alvo: maraviroc, vicriviroc.
- Inibidores de fusão, impedindo que o vírus funda seu envelope à membrana plasmática da célula alvo: enfuvirtida.
Os medicamentos actuais tentam diminuir a carga de vírus, evitando a baixa do número de linfócitos T CD4+, o que aumenta a longevidade do paciente e a sua qualidade de vida. Quanto mais cedo o paciente começar a ser tratado com medicamentos maior a chance de evitar o desenvolvimento das doenças oportunistas.
No Brasil, o Ministério da Saúde aborda o tratamento da doença da seguinte maneira: pacientes assintomáticos sem contagem de linfócitos T CD4+ disponível - não tratar; pacientes assintomáticos com CD4 > 350 células/mm3 - não tratar; pacientes assintomáticos com CD4 entre 200 e 350 células/mm3 - considerar tratamento; pacientes assintomáticos com CD4 < 200 células/mm3 - tratar e realizar profilaxia contra as doenças oportunistas mais comuns; pacientes sintomáticos - tratar e realizar profilaxia contra as doenças oportunistas mais comuns.
Sabe-se que o risco do desenvolvimento de infecções oportunistas (curto prazo) é baixo, muitos especialistas preferem não iniciar o tratamento e monitorar o paciente com contagens de linfócitos T CD4+ e quantificação da carga viral plasmática. Se a contagem de linfócitos T-CD4+ não for realizada, o tratamento deverá ser iniciado. E ao se optar pelo início do tratamento, é indispensável verificar a motivação do paciente e a probabilidade de adesão do mesmo antes de iniciar o tratamento, já que diferentes níveis de adesão podem levar a emergência de resistência ao tratamento (Guia de Tratamento, Ministério da Saúde, Brasil, 2004).
Como não há cura ou vacina, a prevenção tem um aspecto fundamental, nomeadamente práticas de sexo seguro como o uso de preservativo (ou "camisinha") e programas de troca de seringas nos toxicodependentes.
O tratamento anti-HIV causa lipodistrofia entre 15% a 50% dos pacientes [53].
[editar] Cura
Médicos de uma clinica na Alemanha conseguiram curar um paciente que possuía SIDA (AIDS) e leucemia. Os médicos escolheram um doador que tivesse uma mutação no seu DNA capaz de defender o sistema contra o HIV. Após isso, fizeram o transplante de medula óssea no portador da SIDA e leucemia. A surpresa veio ao fazer novos testes, descobriu-se que o virus HIV tinha sumido do sistema do paciente. Atualmente o paciente já está há mais de dois anos sem o vírus HIV e sem a leucemia. Contudo, a doença ainda pode estar escondida no corpo do paciente. No entanto, o médico que realizou a operação quis "minimizar as falsas esperanças" geradas pelo sucesso da operação, que já foi retratada nas revistas especializadas, já que foi obtida em um caso "muito concreto" e durante o tratamento de outra doença grave[54]. Deve-se salientar que isso abre uma nova era para encontro da cura da doença ou mesmo uma vacina.O Prêmio Nobel de Medicina pela descoberta da SIDA, Luc Montagnier, acredita que daqui a alguns anos será possível pelo menos parar com a transmissão da doença.[55]
[editar] Epidemiologia
A pandemia da AIDS também pode ser vista como várias epidemias de subtipos distintos, os principais fatores na sua propagação é a transmissão sexual e a transmissão vertical de mãe para filho no nascimento e através do leite materno.[6] Apesar da recente melhoria do acesso ao tratamento anti-retroviral e os cuidados de prevenção em muitas regiões do mundo, a pandemia da AIDS custou cerca 2,1 milhões de vidas (variação de 1,9-2,4 milhões) em 2007, sendo que 330.000 pessoas eram menores de 15 anos.[7] Globalmente, cerca de 33,2 milhões de pessoas viviam com o HIV em 2007, incluindo 2,5 milhões de crianças. Estima-se que 2,5 milhões (variação de 1,8-4,1 milhões) pessoas foram infectadas em 2007, incluindo 420 mil crianças.[7]A África Subsariana continua sendo de longe a região mais afectada. Estima-se que em 2007, a região continha 68% de todas as pessoas vivendo com AIDS e 76% de todos os óbitos por AIDS, com 1,7 milhões de novas infecções levando o número de pessoas vivendo com HIV para 22,5 milhões, com 11,4 milhões de órfãos da aids vivendo na região. Ao contrário de outras regiões, a maioria das pessoas vivendo com o HIV na África sub-saariana em 2007 (61%) eram mulheres. A prevalência em adultos em 2007 foi estimada em 5,0% e a AIDS continua a ser a maior causa de mortalidade nesta região do planeta.[7]
A África do Sul tem a maior população de portadores do HIV no mundo, seguida pela Nigéria e pela Índia.[56] O Sul e o Sudeste da Ásia são a segunda região pior afetado e, em 2007, estima-se que esta região continha 18% de pessoas vivendo com a AIDS e um cerca de 300.000 óbitos devido a doença.[7] A Índia tem cerca de 2,5 milhões de infecções e uma prevalência estimada de adultos de 0,36%.[7] A expectativa de vida da população caiu drasticamente nos países mais afetados; por exemplo, em 2006, estimou-se que caiu de 65 para 35 anos em Botswana.[6]
Nos Estados Unidos, jovens mulheres afro-americanas também estão em risco invulgarmente elevado de infecção pelo HIV.[57] Os afro-americanos formam 10% da população, mas cerca de metade dos casos de HIV/AIDS em todo os Estados Unidos.[58] Isto acontece devido em parte à falta de informações sobre AIDS e uma percepção de que eles não são vulneráveis, bem como ao acesso limitado aos recursos de saúde e uma maior probabilidade de contato sexual sem proteção.[59]
[editar] Brasil
[editar] Portugal
[editar] História
AIDS foi primeiramente relatada 5 de junho de 1981, quando o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) dos Estados Unidos registrou o Pneumocystis carinii (conhecida por ser causada por Pneumocystis jirovecii) em cinco homossexuais em Los Angeles, Califórnia.[62] No início, o CDC não tinha um nome oficial para a doença, muitas vezes referindo-se a ela por meio das doenças que foram associados a ela, como por exemplo a linfadenopatia, a doença que os descobridores do HIV originalmente nomearam o vírus.[19][20] Eles também utilizaram o nome "Sarcoma de Kaposi e infecções oportunistas", nome pelo qual uma força-tarefa havia sido criada em 1981.[63]Na imprensa geral, o termo "GRID", sigla para "Gay-related immune deficiency", já havia sido cunhado.[64] O CDC, em busca de um nome e observando as comunidades infectadas, criou o termo "a doença dos 4Hs", referindo-se aos haitianos, homossexuais, hemofílicos e usuários de heroína.[65] No entanto, depois de determinar que a AIDS não era uma doença exclusiva da comunidade homossexual,[63] o termo "GRID" tornou-se enganoso e o termo "AIDS" foi criado em uma reunião em julho de 1982.[66] Em setembro 1982, o CDC começou a usar o nome de AIDS e adequadamente definiu da doença.[67]
A mais antiga identificação positiva do vírus HIV conhecida vem do Congo em 1959 e 1960, embora os estudos genéticos indicam que o vírus tenha passado para a população humana vindo de chimpanzés em torno de cinquenta anos antes.[9] Um estudo recente afirma que o HIV provavelmente mudou da África para o Haiti e, em seguida, entrou nos Estados Unidos em torno de 1969.[68]
A teoria mais controversa sugere que a AIDS foi, inadvertidamente, iniciada no final dos anos 1950 no Congo Belga durante as pesquisas de Hilary Koprowski para a criação de uma vacina contra a poliomielite.[69][70] De acordo com o consenso científico, essa hipótese não é apoiada pelas evidências disponíveis.[71][72][73]
[editar] Cultura e sociedade
[editar] Estigma
O estigma da AIDS existe no mundo em uma variedade de maneiras, incluindo o ostracismo, rejeição, discriminação e evitação de pessoas infectadas pelo HIV; teste obrigatório de HIV sem o consentimento prévio ou de proteção da confidencialidade das pessoas; a violência contra indivíduos infectados pelo HIV ou pessoas que são percebidas como infectadas pelo HIV e pessoas em quarentena de infectados pelo HIV.[74] O medo da violência e do preconceito impede que muitas pessoas que procuram fazer o teste de HIV retornem para ver o resultado ou iniciem o tratamento, transformando o que poderia ser uma doença crônica tratável em uma sentença de morte, perpetuando a propagação do HIV.[75]O estigma foi dividido em três categorias a seguir:
- Reflexo do medo e do receio de que possam ser associados com alguma doença mortal e transmissível.[76]
- O uso de HIV/AIDS para expressar atitudes em relação aos grupos sociais e estilos de vida que alguns acreditam ser associado com a doença.[76]
- Estigmatização de pessoas ligadas à questão do HIV/AIDS ou pessoas HIV-positivas.[77]
Em muitos países desenvolvidos, há uma associação entre a aids e a homossexualidade ou a bissexualidade, e esta associação está relacionada com níveis mais elevados de preconceito sexual, tais como atitudes anti-homossexuais.[78] Existe também uma associação preconceituosa entre a aids e todo tipo de comportamento sexual entre dois homens, incluindo o sexo entre homens não infectados.[76]
[editar] Impacto econômico
O HIV e a AIDS afetam o crescimento econômico, reduzindo a disponibilidade de capital humano.[79] Sem alimentação adequada, cuidados de saúde e a medicina que está disponível em países desenvolvidos, um grande número de pessoas sofrem e morrem de complicações relacionadas à AIDS. Elas não só são incapazes de trabalhar, mas também necessitam de cuidados médicos importantes. A previsão é de que isto provavelmente irá causar um colapso das economias e das sociedades em países com uma população significativa portadora da AIDS. Em algumas áreas altamente infectadas, a epidemia deixou para trás muitos órfãos cuidados por avós idosos.[80]O aumento da mortalidade tem resultados em um menor população qualificada e força de trabalho. Esta força de trabalho menor é constituída por pessoas cada vez mais jovens, com conhecimentos e experiências de trabalho reduzidas, levando à redução da produtividade. Um aumento no tempo de folga dos trabalhadores para cuidar de familiares doentes ou de licenças por doença também reduzem a produtividade. O aumento da mortalidade reduz os mecanismos de capital humano e de investimento nas pessoas, através da perda da renda e da morte dos pais.
Por afetar principalmente jovens adultos, a AIDS reduz a população tributável, por sua vez, reduzindo os recursos disponíveis para gastos públicos como educação e serviços de saúde não relacionados à AIDS, resultando em aumento da pressão sobre as finanças do Estado e em um crescimento mais lento da economia. Isso resulta em um menor crescimento da base de cálculo, um efeito que é reforçado se houver gastos crescentes para tratar os doentes, em treinamento (para substituir trabalhadores doentes), subsídio de doença e para cuidar dos órfãos da AIDS. Isto é especialmente verdadeiro se o aumento acentuado da mortalidade adulta deslocar a responsabilidade da família para o governo em cuidar desses órfãos.[80]
No nível familiar, os resultados da AIDS é a perda de renda e o aumento dos gastos com saúde pelo responsável da família. Um estudo realizado na Costa do Marfim mostrou que famílias com um paciente HIV/AIDS gastam duas vezes mais em despesas médicas do que outras famílias.[81]
OI MEU AMIGO AMEI SEU BLOG E SUA INIOCIATIVA DE MOSTRA E FAZER UM TRABALHO CIENTIFICO DE PESQUISA E EXPOR PARA TODOS PARABÊNS FICO MUIOTO ORGULHOSA DE TER SIDO SUA PROFESSORA E TER CONTRIBUIDO COM SEUS SABERES, PARABÊNS E UM FORTE ABRAÇO!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluir