Hepatite
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Hepatite Aviso médico |
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Classificação e recursos externos | |
Vírus da hepatite A, transmitido principalmente pela água e alimentos contaminados. | |
CID-10 | K75.9 |
CID-9 | 573.3 |
DiseasesDB | 20061 |
- Tipos de Hepatite
- Quadro clinico
Índice |
Hepatites Virais
Considerada a maior pandemia mundial da atualidade. 60 a 80% cronificam em 15-20 anos, evoluindo para cirrose hepática, e 1-2% para hepatocarcinoma. O Brasil é hoje um país que tem portadores crônicos de hepatite B e hepatite C, segundo conceitos do Organização Mundial da Saúde, de nível mediano: 1-3%.- Quadro clínico (primeiros 3 a 10 dias – pródromo):
- Exame físico:
- micropoliadenopatia pequena,
- hepatomegalia discreta e dolorosa (devido à distensão da cápsula hepática),
- pequena esplenomegalia reacional,
- mais raramente: sinais meníngeos, artralgia, rash cutâneo.
- Diagnóstico diferencial:
- outras etimologias de hepatites,
- leptospirose,
- malária,
- febre amarela,
- sepse,
- obstrução de vias biliares.
Hepatite A
Hepatite B
Hepatite C
Hepatite que pode ser adquirida através de transfusão sanguínea, tatuagens, uso de drogas, piercings, e em manicure, ainda não foi comprovado que pode ser contagiosa por relações sexuais. É de grande preocupação para a Saúde Pública. A maioria dos pacientes é assintomática no período agudo da doença, mas podem ser semelhantes aos das outras hepatites virais. Estima-se que 3 % da população mundial esteja contaminada,[3] atingindo níveis dez vezes maiores no continente africano. A hepatite C é perigosa porque pode cronificar e provocar a cirrose hepática e o hepatocarcinoma, neoplasia maligna do fígado.A prevenção é feita evitando-se o uso de materiais cortantes ou agulhas que não estejam devidamente esterilizadas. Recomenda-se o uso de descartáveis de uso único, bem como material próprio em manicures. A esterilização destes materiais é possível, porém não há controle e as pessoas que ‘dizem’ que esterilizam não têm o preparo necessário para fazer uma esterilização real. Não existe vacina para a hepatite C e é considerada pela Organização Mundial da Saúde como o maior problema de saúde pública, é a maior causa de transplante hepático e transmite-se pelo sangue mais facilmente do que a AIDS.
O anti-HCV positivo detecta infecção atual ou pregressa. Pode ser necessário biópsia hepática para descartar malignidade e determinar o grau da doença. A detecção do ácido ribonucleico (RNA) do vírus caracteriza a presença do vírus no hospedeiro.
Aproximadamente metade dos pacientes tratados irão se curar. Possuem melhores resposta ao tratamento os pacientes com idade inferior a 40 anos, do sexo feminino, com genótipos 2 ou 3, que não apresentem cirrose e de peso inferior a 85 quilogramas. O período de incubação do vírus da hepatite C é de, em média, 45 dias.[3]
Hepatite não A não B não C
Termo antigo muito usado para hepatites que não eram nem A nem B, que hoje se reconhece ser a maioria do tipo C, podendo ser também E.Hepatite D
Hepatite E
Hepatite F
DNA-vírus, transmitido a macacos Rhesus sp. em laboratório experimentalmente, através de extratos de fezes de macacos infectados. Ainda não há relatos de casos em humanos.Hepatite G
A hepatite G foi a hepatite descoberta mais recentemente (em 1995) e é provocada pelo vírus VHG (vírus mutante do vírus da hepatite C) que se estima ser responsável por 0,3% de todas as hepatites víricas. Desconhecem-se, ainda, todas as formas de contágio possíveis, mas sabe-se que a doença é transmitida, sobretudo, pelo contato sanguíneo (transmissão parenteral). Pode evoluir para infecção persistente com prevalência de 2% entre doadores de sangue.Em análises feitas nos Estados Unidos da América aos doadores de sangue demonstrou-se que cerca de dois por cento já teve contacto com o vírus. Supõe-se que o VHG se encontre em 20 a 30% dos utilizadores de drogas injectáveis e em dez por cento das pessoas que foram sujeitas a uma transfusão de sangue. Em cerca de 20% dos doentes com infecção pelos VHB ou VHC é possível detectar anticorpos para o VHG, mas esta coinfecção não parece influenciar a evolução daquelas hepatites. Não foi ainda possível determinar com exactidão — dado que a descoberta da doença e do vírus que a provoca foram recentes —, as consequências da infecção com o vírus da hepatite G. A infecção aguda é geralmente «suave» e transitória e existem relatos duvidosos de casos de hepatite fulminante (os especialistas ainda não chegaram a uma conclusão definitiva sobre as causas destas hepatites fulminantes). Noventa a 100 por cento dos infectados tornam-se portadores crónicos mas podem nunca vir a sofrer de uma doença hepática. Até agora não foi possível comprovar que a infecção pelo VHG conduza a casos de cirrose ou de cancro no fígado. Diagnóstico: pesquisa HGV-RNA.
Outras hepatites virais
Outros vírus podem causar hepatites, porém sem ser causa comum. São potencialmente causadores de hepatite em pacientes submetidos a transfusões sanguíneas e imunodeprimidos o Epstein-Barr, o citomegalovírus e o herpes zoster. Outros agentes de importância são os vírus da dengue e febre amarela.Hepatite medicamentosa
Existe um grande número de drogas que são hepatotóxicas, ou seja, lesam diretamente o hepatócito. Tais drogas podem portanto causar hepatite. A droga antidiabetes troglitazona, por exemplo, foi retirada do mercado em 2000 por causar hepatite. O acetaminofeno (Paracetamol), substância analgésica muito utilizada por crianças e adultos, é considerada altamente hepatotóxica, quando em doses elevadas.Outras drogas associadas a hepatite:[4]
- Alopurinol
- Amitriptilina (antidepressivo)
- Amiodarona (antiarrítmico)
- Azatioporina[5][6]
- Halotano (um tipo específico de gás anestésico)
- Contraceptivos hormonais
- Ibuprofeno e Indometacina (Antiinflamatórios não-esteróides)
- Isoniazida (INH), Rifampicina, e Pirazinamida (Antibióticos específicos para tuberculose)
- Cetoconazol (Antifúngicos)
- Metildopa (contra hipertensão)
- Minociclina (antibiótico tetraciclina)
- Nifedipina (contra hipertensão)
- Nitrofurantoina (antibiótico)
- Fenitoína e ácido valproico (antiepilepsia)
- Zidovudina (anti-retroviral para combate a AIDS)
- Isotretinoína
- Alguns suplementos nutricionais de ervas e vegetais
Hepatite autoimune (HAI)
Exames complementares
Testes laboratoriais úteis na avaliação hepática são:- as dosagens de:
- bilirrubinas (principalmente bilirrubinas diretas indicando dano dentro da célula hepática),
- transaminases (AST e ALT, antigamente denominadas respectivamente TGO e TGP),
- aumento das enzimas canaliculares(fosfatase alcalina, gama-glutamil-transpeptidase - antes denominada gama-glutamil-transferase e geralmente abreviada como gama-GT ou GGT),
- proteínas totais e frações(albuminae globulina: alteração positiva se já apresenta lesão hepatocelular prévia),
- atividade de protrombina,
- coagulograma (TAP/KPTT alterados, geralmente em indivíduos com dano hepatocelular prévio),
- hemograma (inespecífico, com preferencial de linfócitos)
- amônia e ácidos biliares,
- pesquisa de marcadores virais
- execução de exames complementares de diagnóstico por imagem, como o ultra-som e a tomografia computadorizada.
Canindeacs